Sabe aquela idéia de dizer as verdades brincando? Pois bem, é exatamente o que acontece em Habemus Papam.
Indo direto ao ponto, não é um filme que critica diretamente a religião, mas o homem, cada vez mais perdido em sua caminhada. A incompetência humana, que insiste em olhar pra bem longe e não consegue olhar pra dentro de si.
De um lado, o homem dominado pelo fanatismo, buscando incessantemente a salvação. No mesmo sentido, a sociedade insistindo em fazer heróis...
Do outro, o salvador da pátria, caminhando pra ser um tal sem ao menos saber quem é, nem o que quer...
Até chegarem ao final da vida completamente confusos, pois quem nunca foi em busca de seus sonhos, se apegou a inúmeras coisas banais, caminhou de olhos vedados... só pode estar mesmo perdido.
Até que, de maneira tardia, reconhecem suas falhas e limitações. Frustrando a si e ao mundo, que tratou de esperar por alguém sem saber o que poderia receber.
O filme ainda vai muito além, utiliza a todo momento metáforas (sacadas geniais) pra dizer muito. O campeonato de vôlei no Vaticano, por exemplo, é um dos pontos altos no desenvolvimento da trama. Além do estratégico final.
É um grande filme, claro depende do ponto de vista.
Aliás tudo depende do nosso ponto de vista. O próprio filme mostra isso com muita inteligência.