domingo, 23 de junho de 2013

O Brasil e a Copa do Mundo 2014

A mulher recebeu um convite para participar de uma noite de gala junto com as pessoas da alta administração da empresa. Era um grande evento, o mais esperado e comentado por todos.

Ela imediatamente respondeu de maneira positiva e disse que pagaria a entrada no próprio dia do evento, o valor de R$ 350,00. Desde então passou a sonhar com aquela noite em que estaria sentada no meio de todas as pessoas mais importantes; a visão mais longínqua que tinha era que, dali, de repente, poderia sair uma oportunidade para ganhar um salário mais digno. Ainda jovem, em um ato que ela o descreve como acidente, teve uma filha, e, além de ter que mantê-la, dava a seus pais uma quantia mensal a qual era essencial para a compra de supermercado do mês. O seu salário era de R$ 800,00, mas como ela havia recentemente comprado um celular e uma  geladeira nas Casas Bahia começava o mês com quinhentos reais.

A sexta-feira enfim chegou, ela recebeu seu salário, correu à loja para pagar o carnê e em seguida passou no salão de beleza para ver se seria possível tratar do cabelo e fazer as unhas -- acabou conseguindo uma "promoção" em que pagaria R$ 150,00 por tudo -- marcou o horário para momentos antes do evento. Chegou então em casa e foi recebida por sua filha com um sincero sorriso e um olhar esperançoso em direção à sacola que carregava; depois foi até a sua mãe e disse que não poderia deixar nenhuma quantia em casa -- que deixaria em dobro no mês seguinte -- e também pediu para que cuidasse da filha por toda a noite. Tomou um banho, colocou a sua melhor roupa e foi para o salão de beleza... Três horas depois estava pronta e chegava para a grande noite.

No brinde inicial, todos levantaram as suas taças e com sorriso no rosto brindaram à vida. Ela acompanhou o movimento, mas no instante pensou na filha, nos pais e em suas faltas cometidas. Foi um sorriso falso e cheio de peso na consciência.

A noite se estendeu. Com toda extravagância possível, ela mal comeu e bebeu o que foi servido, nem sabia o que era tudo aquilo; ficou de fora de quase todas as conversas, mal foi chamada para participar dos assuntos.

O evento acabou. O máximo que ela recebeu foram alguns elogios pelo seus modos e penteado. No caminho de volta, ela olhou para trás e caiu na realidade, a de que só havia sido chamada para participar do banquete por que havia entrado, propositadamente, em uma conversa que ocorria entre os patrões; em seguida, olhou para o amanhã e enxergou dias ainda mais incertos tanto para ela quanto para toda família. 

Chegou em casa em prantos, deu um beijo em sua filha e a abraçou. Em seguida tentou dormir mas a tentativa foi em vão.

domingo, 16 de junho de 2013

A conexão e a desconexão do homem

Se Jesus Cristo tivesse acesso à internet, a bíblia teria sido realmente escrita por ele -- no caso em formato digital. Por outro lado, se Albert Einstein tivesse o mesmo acesso não teria conseguido ser o extraordinário cientista que fora -- perderia tempo conectado às redes sociais em vez de ganhá-lo com pesquisas e ir além com raciocínios.

Há alguns dias me deparei com uma situação muito louca. Saí do trabalho e, com o semáforo fechado, parei na calcada e imediatamente peguei o meu celular. Após erguer a cabeça, vejo ao redor aproximadamente dez pessoas, todas cabisbaixas conectadas ao seu mundo.

A internet está cada vez mais sem limites. O homem está cada vez mais longe de si.

Tenho a impressão de que uma profissão futura a ser bastante requisitada será uma espécie de psicologia contra o desapego de internet, redes sociais e afins. Hoje, de certo modo, a sociedade já vive uma crise. É o homem com acesso 24 horas ao email profissional não sabendo diferenciar o profissionalismo do pessoal; o jovem que não estuda para ficar nas redes sociais ou jogar jogos; o indivíduo que busca de maneira incessante por algo faltante; o casal que briga pelo tempo perdido com internet ou por ter postado algo; o grupo de amigos que senta-se à mesa do restaurante pra bater um papo e se perde em seus "compromissos" com o celular; e por vai...

O fato é que a internet está aí, com todas as suas crescentes facilidades, e veio para ficar. Cabe a cada um escolher o seu caminho.

Eu, pensando a respeito, pretendo utilizar o meu blog de maneira mais assídua para colocar minha opinião sobre diversos temas -- "de dentro para fora" -- principalmente por que gosto de expor minhas idéias e também para registrá-las.